Vídeo feito por Rafael Lage.
Um interessante documentário sobre a loucura e a injustiça do nosso mundo. A repressão aos direitos de livre escolha e auto-determinação, o que chega a ser tão grave quanto qualquer repressão aos direitos de livre-expressão.
Se medidas rígidas fossem tomadas em cada caso desse, não chegaríamos a esse ponto. A Secretaria de Segurança só resolve se manifestar quando o caso vem a público. Enquanto isso, a sociedade sofre com a violência praticada por pessoas que não respeitam as regras pré-estabelecidas. A segurança é essencial para o desenvolvimento do Estado e deveria ser mantida por agentes que estejam preparados para empregar a força, coação administrativa, quando necessária, e não por agentes que desrespeitem os direitos e as garantias asseguradas ao cidadão. Quando ocorre o contrário, é obrigação do próprio Estado indenizar a pessoa agredida (fisicamente ou moralmente). Mas infelizmente é mais cômodo guardar tudo na gaveta e tratar o ocorrido como apenas mais um de muitos que ainda estão por vir.
O trabalho do Rafael foi muito bem feito. Contudo, não tomo partido. Dois lados certos e errados ao mesmo tempo. Comercializar produtos em via pública sem autorização é considerado atividade ilegal. Não ficou claro no vídeo se os caras realmente possuíam nota fiscal dos produtos. Se a intenção fosse defender esse lado, era preciso algum embasamento. Mas, lendo os argumentos, percebi que o real objetivo era denunciar o modo como os hippies foram abordados, e não a fiscalização em si. O que é chamado pela lei de abuso de poder. E é crime. Nisso, eu concordo. Agora, tratá-los como vítimas foi totalmente incoerente. Um grupo de pessoas invisíveis socialmente, marginalizadas e vítimas do preconceito pelo desconhecimento de seus valores? Desigualdade no julgamento sobre o grupo? Vamos com calma porque o buraco é mais embaixo.
A cultura hippie carrega nas costas o uso das drogas, visando a "liberdade da mente", faz parte da natureza deles. Claro e evidente que, para prender, seria necessário um flagrante, e isso também não foi mostrado no vídeo. Sendo assim, não dá para dizer qual o lado certo da moeda. A posse de drogas para consumo pessoal não se trata de "crime" e nem de "contravenção penal". Na realidade até já houve abandono à pena de prisão. De qualquer maneira, o fato não perdeu o caráter de ilícito (recorde-se: a posse de drogas não foi legalizada).
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